emagrecer no climatério: tem jeito


Algumas amigas costumam dizer que depois que entraram na menopausa, não tem como emagrecer. Elas dizem: o meu metabolismo caiu e engordei rapidamente

Depois de ouvir isso várias vezes, resolvi dedicar essa coluna a elas, que como descrevi, vem sofrendo por algo que não é real. Já sei, algumas dirão: “você diz isso por que não é mulher” e elas tem razão, não sou mesmo. Mas minha análise será técnica, acreditem.

Os estudos em relação a essa fase da mulher demonstram algumas alterações corporais bem descritas e conhecidas. As alterações hormonais (ilustradas na tabela abaixo) modificam os sinais para distribuição da gordura corporal feminina. A predominância da gordura na coxa da mulher em período reprodutivo (femural), mudará para o padrão masculino. Teremos então maior depósito de gordura no abdômen (conhecida tecnicamente como gordura visceral).

Essa mudança descrita ocorre pelas mudanças nas concentrações hormonais. É por essa razão que os problemas cardíacos, que acometem os homens em toda sua vida, ocorrem em maior proporção nas mulheres, após a menopausa. Porém, a mulher não possui, por fatores fisiológicos, alteração qualquer que determine aumento da gordura corporal. Isso mesmo, o organismo feminino não sofre qualquer mudança no gasto calórico nessa fase e nem após ela. O que ocorre, bem descrito na literatura, é a redução da atividade física espontânea e, consequentemente, a redução do gasto calórico. As razões pelas quais isso ocorre podem ser variadas, como alteração da disposição, redução das horas de sono, alterações de humor e por ai vai.

Como consequência das possíveis alterações emocionais, as atividades como caminhar, correr, ir a academia, são reduzidas e com isso, ocorre a redução do gasto calórico diário. Isso significa que manter a atenção para os desconfortos que essa fase possa gerar é fundamental para impedir que a menopausa traga consigo a elevação de gordura corporal pelas mudanças das atividades físicas diárias.

De posse dessa informação, temos alternativas para solucionar esse desconforto:

  1. Primeiro, converse com seu médico sobre as alternativas para melhorar os sintomas dessa fase; 
  2. Cuide do seu sono, pois noites consecutivas bem dormidas, garantem a disposição e o humor para fazer atividade física, que consequentemente melhorará o sono fechando um ciclo muito importante. 
  3. Olhar as oportunidades de gasto calórico como degraus, aproveitar os pequenos deslocamentos no dia além das atividades programadas. Sempre que possível subir uma escada, andar alguns metros e ser mais ativo no dia a dia.

Encare essa fase como um desafio onde a solução está ao seu alcance e conte com a atividade física como sua maior aliada.

 

Por Antonio Herbert Lancha Jr – Vitria Seguros

Bacharel em Ed. Física – USP
Mestrado e Doutorado em Nutrição – USP
Pós- doutorado em Medicina Interna – Washington University

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