Desafios na nova rotina


Precisamos considerar que estamos vivendo um “novo normal”. O estresse mental ocasionando pela imposição na mudança da rotina e pelo cerceamento das liberdades é relatado em consultórios mundo afora. Como é possível que definam por nós o que é usual, comum, natural? A proposta imposta está na construção de um novo padrão que garanta nossa sobrevivência.

Por que esse novo assusta? Porque teremos que sair do que estamos habituados, do que já conhecemos. O novo nos desinstala de onde estamos e sempre traz expectativas e o desconhecido sempre traz insegurança.

 

Nesse momento, o que nos é proposto são cuidados que garantam a segurança e evitam a transmissão do COVID19. Uso de máscaras, muito álcool gel, manter distanciamento das pessoas, restaurantes com mesas mais distantes, lavar as mãos o tempo todo, academias com horários definidos e restritos, muitas aulas e reuniões à distância.

Já percebemos a disparada de home office, compras online, encontros digitais, novos serviços entregues na porta de casa, adaptação da casa em escritórios particulares e academia, busca com cuidados com a saúde. Afinal pessoas mais saudáveis, ativas usufruíram do benefício de estarem fora dos grupos de risco no COVID19. Digamos que foi um prêmio pelos anos de dedicação e um estímulo para os que acabaram deixando esses cuidados para depois.

A quarentena estimulou as pessoas se exercitarem em casa e houve um enorme crescimento de aulas online, inclusive de pessoas que não praticavam atividades físicas. Muitos profissionais e academias passaram a oferecer aulas ao vivo com treinos em grupo que poderiam ser feitos em casa. E mesmo com a reabertura das academias em vários locais, muitos têm preferido manter as aulas online. Os aplicativos de atividade física que já vinham ganhando espaço, foram fortalecidos nesse período de pandemia.

A busca por coaching de saúde online, onde são utilizadas técnicas de saúde e bem-estar, atuando em intervenções na mudança de comportamento, para ajudar o aluno ou grupo de alunos a atingirem objetivos de curto ou médio prazo também cresceu e deve se manter assim.

Muitas pessoas passaram a cuidar da própria casa, a cozinhar a própria comida e aumentaram o convívio com familiares.  A ausência do trânsito “gerou” tempo. Tempo para preparar a comida, para um cochilo no meio do dia, um cafezinho na cozinha. Por outro lado, cobrou seu preço, agenda longa, reuniões fora de hora, pois estivemos o tempo todo conectados e disponíveis.

Ter uma vida de home office requer  alguns cuidados. Seguir uma agenda que crie uma rotina com as seguintes prioridades:

  • Encaixar o autocuidado como a ginástica, essencial para evitar as dores do sedentarismo,
  • Horários regrados das refeições, pois a cozinha agora está ao lado nos tentando o tempo todo,
  • Disciplina de horário, pois a disponibilidade 24/7 leva qualquer um a fadiga em pouco tempo,
  • Higiene do sono, reduzindo as luzes da casa e fechando tablets, notebooks e celulares para que a mente entenda que a jornada acabou e que podemos dignamente calçar as pantufas e tirar os sapatos, pois trabalhar de pantufas e pijamas nos gera grande confusão mental misturando trabalho com descanso.

Essa situação de distanciamento social fez muita gente parar e olhar para dentro e se reconectar consigo mesmo, percebendo de que maneira estavam gastando seu tempo, escolhendo suas prioridades. Tem sido uma oportunidade para muita gente, que vai sair dessa situação bem diferente do que entrou, pensando em cuidados consigo mesmo.

Aprendemos a valorizar coisas simples como o convívio com as pessoas que amamos, estar juntos para uma refeição, para perceber a rotina dos familiares. A palavra da volta é conexão. Evidentemente podemos, ao final de tudo isso, em dois ou três anos, voltarmos a loucura de antigamente, mas isso é sempre uma escolha.

Muitas dessas adaptações talvez não perdurem para sempre. Mas uma coisa é certa, como diz Marco Vilane: “Quando isso tudo passar, o que não vai faltar é abraço!”

Luciana Lancha – Vítria Seguros

Nutricionista – USP
Bacharel em Esporte – USP
Mestrado Biologia Celular – Unicamp
Doutorado em Ciências – USP
Pós-doutorado Institut de la Recherche Agronomique – Paris


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